“– Humm, entendo. Sendo assim sugiro que aproveitemos cada segundo destes que nos restam da melhor maneira possível.”
“ – Não tenho tempo, preciso irrr...” – e antes que pudesse insistir na idéia de sua partida, Juan a sufocou com um novo e apaixonado beijo, que embora tivesse durado menos tempo que o anterior foi o suficiente para acender o desejo nos corpos de ambos. Jacque já sentia seu corpo trêmulo novamente desejando, implorando para ter Juan nele entrelaçado, apertando-o, possuindo-o.
“ – Eu não tenho reação contra você, perco completamente as defesas e qualquer vontade de ir embora ou de fazer qualquer outra coisa que não seja ficar com você.”
“ – Pois é exatamente o que sinto, minha deusa, uma vontade incontrolável e descontrolada de ficar junto de você, como se o tempo fora deste quarto não existisse mais.”
Ela o olhava como quem se perguntasse se realmente estava ouvindo aquelas palavras e se aquele homem tão maravilhoso que a fazia sentir-se tão bem, segura e feminina, realmente existia, ou seria ele produto de um sonho que teria começado na noite anterior no momento em que ela desmaiara de susto.
Por um instante – que na verdade levou vários minutos – Jacque se perdeu em seus pensamentos tentando juntar todas as peças daquele estranho quebra-cabeças que se iniciara na noite anterior: a caminhada pela noite, o susto, o encontro com o estranho de chapéu, a queda, as dores, o gosto de terra na boca, ser levada nos braços dele, o pânico,a revolta, o medo, o alívio ao ouvi-lo se explicar, a loucura de tê-lo acompanhado, o cheiro dos sais no banho, a sensação de relaxamento e de segurança que passara a sentir, aquelas mãos acariciando seu corpo, fazendo-a relaxar depois aquelas mesmas mãos e aquela boca a levando a ter um orgasmo incrível de uma maneira que ela jamais imaginara sentir, depois todas aquelas palavras delicadas, dedicadas a ela de uma maneira que jamais imaginou ouvir.