esquerdo da face, que obviamente ela não percebeu e não perceberia até que fosse "tarde demais"...
As dores causadas pela queda, pela aparente torção e o gosto de terra na boca a atordoaram ainda mais e ela mal percebeu que o estranho de chapéu já estava a poucos metros dela.
Seu pânico foi tamanho que as palavras já não saíam nem mesmo em forma de murmúrio, seu coração estava tão acelerado que Jacque não conseguia mais reagir e a imagem do estranho de chapéu (e botas, que ela agora já podia ver) a provou um pânico tal que não se aguentou e foi aos poucos apagando, ficando inconsciente e totalmente a mercê da misteriosa figura.
... Todo aquele episódio passou-se em sua mente como se fosse um filme de suspense, ou melhor, como se fosse um pesadelo do qual nos esforçamos para acordar...
Ela reviveu as horas dirigindo, caminhando, o susto, o estranho enchapelado, a queda, a dor no pé e até o gosto de terra na boca. Um sonho, um terrível sonho...
Sua cabeça doía muito como se estivesse passando por uma ressaca terrível, mas ela não havia bebido, pelo menos não que se lembrasse...
Sua vista estava turva e tudo parecia rodar, quando foi acometida pela pior sensação de toda a sua vida e nada, mas nada mesmo que ela já havia passado a preparara pra isto...
Nada havia sido sonho ou pesadelo, ela estava ainda atordoada, ainda sentia dores e aquele maldito gosto na boca, e nem tão pouco o estranho de chapéu, casaco e botas era fruto de sua imaginação...
Era tudo real e ele estava ali.
Mas algo estava errado: ela não caminhava, nem corria, nem tão pouco estava caída ao chão, ela parecia flutuar e algo a amparava, algo a fazia levitar...
