As imagens foram se tornando mais claras e pôde ver que estava sendo carregada nos braços daquela sinistra figura e antes que algo mais pudesse acontecer sem seu consentimento, começou a debater-se e a esmurrá-lo ignorando o fato de que aquilo poderia selar tragicamente o seu destino, uma vez que o estranho trazia um objeto nas mãos que muito bem poderia ser uma arma.
Debateu-se te tal jeito, e com tanta determinação e desespero que o estranho não teve outra opção a não ser soltá-la ao chão...
"- Ái, minha bunda!" – Foi a única coisa que conseguiu dizer ao sentir o impacto de seu corpo chegando ao chão".
Virou-se rapidamente e tentou uma nova arrancada frenética para desvencilhar e afastar-se de vez do seu raptor, foi quando o tornozelo ferido a fez cair novamente, e se não fosse o pânico que sentia, poderia jurar que ouviu risos vindos do estranho.
As lágrimas corriam de seu rosto, mas agora não mais as mesmas de horas antes, não eram mais lágrimas de melancolia ou lamentação, não eram lágrimas de tristeza ou de solidão... Eram lágrimas de dor e de medo e de uma estranha sensação de não se saber o que lhe aconteceria.
O corpo lhe doía pelas quedas e o medo óbvio de que estava diante de um inimigo perigoso que a poderia ferir, matar ou pior ainda, lhe possuir o corpo, matando-lhe assim, o que ainda lhe restava de alma, de amor próprio e de vontade de viver.
Foi quando algo aconteceu...
Como se nuvens se abrissem durante uma tempestade deixando uma fresta para a luz do Sol passar, ela sentiu que algo estava diferente ...
... Não podia ser. Seu pânico a cegou e a ensurdeceu de tal maneira que ela não poderia esperar por uma frase como aquela:
"- Calma, moça! Não vou lhe fazer mal?"
