Poderia, por pelo menos um dia, essa aflição toda ir embora?
Poderia, por pelo menos um dia, a solidão se esquecer de que existo?
Poderiam, por pelo menos um dia, as dores não se levantarem comigo e me deixaram pensar, por pelo menos um dia, que sou desimportante de mim mesmo?
Poderia, por pelo menos um dia, o céu se abrir num azul imenso e me fazer ter esperança de novo?
Poderia por pelo menos um dia, a saudade me esquecer, Para que eu pudesse, por pelo menos um dia, voltar a viver?
Poderiam, por pelo menos um dia, as minhas lágrimas ficarem por vir?
Apenas por vir?
Poderia, por pelo menos um dia, o meu peito não se dilacerar
Poderiam, por pelo menos um dia, meus sentimentos ficaram esquecidos de mim e as minhas noites se tornarem mais curtas?
Por pelo menos um dia?
E eu faria de mim pessoa mais feliz, por pelo menos um dia.
Quisera eu que as paredes do meu quarto não se fechassem, por pelo menos um dia E que o resto da casa não parecesse tão grande, por pelo menos um dia
Por pelo menos um dia, essa lâmina que atravessa o meu peito poderia ser retirada?
Quisera eu que, por pelo menos um dia as pessoas pudessem me ver como sou.
Por pelo menos um dia.
Por pelo menos um dia eu queria não chorar Por pelo menos um dia eu queria não morrer.
Por pelo menos um dia eu queria que minh’alma fosse minha de novo
Por pelo menos um dia eu queria saber quem eu sou
Ou, por pelo menos um dia, me lembrar de quem fui.
Por pelo menos um dia eu queria não morrer.
Tem consciência o ópio, do anestésico que causa? Tem sentimentos a cova, pelo corpo que aceita?
Tem esperança de novo neste teu leito em que deitas?
Por, pelo menos, uma noite eu queria não morrer de medo.
Por pelo menos um dia, ver revelar teu segredo.
Poderia, por pelo menos um dia, a solidão se esquecer de que existo?
Poderiam, por pelo menos um dia, as dores não se levantarem comigo e me deixaram pensar, por pelo menos um dia, que sou desimportante de mim mesmo?
Poderia, por pelo menos um dia, o céu se abrir num azul imenso e me fazer ter esperança de novo?
Poderia por pelo menos um dia, a saudade me esquecer, Para que eu pudesse, por pelo menos um dia, voltar a viver?
Poderiam, por pelo menos um dia, as minhas lágrimas ficarem por vir?
Apenas por vir?
Poderia, por pelo menos um dia, o meu peito não se dilacerar
Poderiam, por pelo menos um dia, meus sentimentos ficaram esquecidos de mim e as minhas noites se tornarem mais curtas?
Por pelo menos um dia?
E eu faria de mim pessoa mais feliz, por pelo menos um dia.
Quisera eu que as paredes do meu quarto não se fechassem, por pelo menos um dia E que o resto da casa não parecesse tão grande, por pelo menos um dia
Por pelo menos um dia, essa lâmina que atravessa o meu peito poderia ser retirada?
Quisera eu que, por pelo menos um dia as pessoas pudessem me ver como sou.
Por pelo menos um dia.
Por pelo menos um dia eu queria não chorar Por pelo menos um dia eu queria não morrer.
Por pelo menos um dia eu queria que minh’alma fosse minha de novo
Por pelo menos um dia eu queria saber quem eu sou
Ou, por pelo menos um dia, me lembrar de quem fui.
Por pelo menos um dia eu queria não morrer.
Tem consciência o ópio, do anestésico que causa? Tem sentimentos a cova, pelo corpo que aceita?
Tem esperança de novo neste teu leito em que deitas?
Por, pelo menos, uma noite eu queria não morrer de medo.
Por pelo menos um dia, ver revelar teu segredo.
Ricardo K. Filho (Klinker)
22/03/2011
22/03/2011